FOGO: POR QUE TODO ANO É ASSIM?

 

Essa pergunta tem sido recorrente em todas as temporadas

de seca. As etapas previstas de um incêndio florestal são:

Detecção; Acionamento; Mobilização; Combate; Rescaldo; e

Investigação. Então as perguntas que precisam ser feitas às

autoridades responsáveis são: Quem é responsável pelo quê?

E a prevenção?

 

 Todos os anos só existe a preocupação das autoridades em

combater os incêndios e em ações verticais de cima para

baixo, representando o aparelho ideológico do Estado, que

resolve tudo sozinho sem a participação da sociedade civil. A

comunidade, na maioria das vezes faz a Detecção, e as

brigadas voluntárias acionam as autoridades com informações

sobre a localização e acesso. Muitas vezes essas

informações são ignoradas e é feito todo um trabalho em

paralelo e sem comunicação com as brigadas voluntárias.

 

 As brigadas voluntárias acabam por ter que se organizar para

fazer tudo sozinhas, exceto a investigação é claro, porque

para isso é necessário poder de polícia.

 

 Um incêndio florestal é uma calamidade pública e é preciso

montar um Sistema de Comando em Incidentes, definindo a

participação de cada setor envolvido, com o comando geral

feito pela autoridade responsável em cada situação é claro,

mas com cada setor tendo autonomia para realizar a tarefa

que lhe foi designada.

 A falta de um trabalho de prevenção, educação ambiental e

investigação potencializam os incêndios, que sabidamente

são por ação humana, seja por acidente ou criminosamente.

Após os incêndios dos dias 30 de setembro e 01 de outubro,

não foi vista nenhuma ação de investigação no Vale do

Capão. Resultado: Novo foco colocado no dia 02, que até

hoje, dia 09 de setembro está tendo rescaldo.

 

Já foi dito em uma reunião por uma autoridade responsável,

que a brigada “tal” combatia para não “queimar o filme” dos

atrativos. Discordamos completamente deste ponto de vista.

Acreditamos que todas as brigadas voluntárias têm a mesma

motivação que a nossa. Combatemos porque é o lugar em

que vivemos. Inclusive, se estiver havendo um foco

ameaçando um atrativo e outro ameaçando as casas das

pessoas e não pudermos deslocar 2 brigadas, sempre

daremos preferência as pessoas.

Na imagem a seguir, um coelho no rio fugindo das chamas:

Brigada Voluntária do Vale do Capão! Pela Vida e pelo

Patrimônio Natural!!!